Federação muda regras e concede medalhas duplas em prova escolar de atletismo. // Foto: Reprodução
Porto Velho, Rondônia - A atleta transgênero AB Hernandez, de 16 anos, venceu as provas de salto em altura e salto triplo no campeonato estadual escolar da Califórnia, realizado no sábado, 31, em Clovis.
Representando a Jurupa Valley High School, Hernandez conquistou duas medalhas de ouro, consolidando-se como destaque da competição “feminina” de atletismo.
As vitórias geraram protestos por parte de pais e grupos contrários à participação de atletas trans em categorias femininas.
Questionada sobre a repercussão, Hernandez minimizou os ataques. “Recebo muitos comentários de ódio, mas não ligo. Sou uma garota de 16 anos com atitude — acha mesmo que eu vou me importar?”, disse à emissora KCRA-TV.
Durante a cerimônia de premiação no salto em altura, Hernandez compartilhou o primeiro lugar com outras duas atletas após todas alcançarem a mesma marca.
A Federação Interescolar da Califórnia (CIF) implementou uma regra emergencial permitindo que as mulheres biológicas competidoras recebam medalhas de primeiro lugar caso sejam superadas por atletas trans, o que ocorreu na final.
Segundo a Fox News, Hernandez evitava os holofotes até que sua identidade de gênero se tornasse pública. Em 2024, havia terminado em terceiro lugar no salto triplo. Neste ano, como aluna do segundo ano do ensino médio, venceu a prova e ainda conquistou o ouro no salto em altura.
A controvérsia ganhou dimensão nacional após declarações do presidente Donald Trump, que assinou uma ordem executiva em fevereiro proibindo a participação de homens biológicos em esportes femininos.
Em resposta ao desempenho de Hernandez, Trump condenou a participação de atletas trans em competições escolares femininas e criticou as autoridades californianas.
A CIF não esclareceu se a mudança nas regras será mantida para os próximos campeonatos.
A entidade afirmou apenas que a medida buscava garantir reconhecimento a todas as atletas envolvidas nas disputas.
AB Hernandez afirmou que seguirá competindo, independentemente da pressão.
“Fiz o que queria fazer. Bati meus próprios recordes. Eu dei o meu melhor, e isso é o que importa para mim”, declarou.
Fonte: O Antagonista
da redação FM