Avanços no saneamento básico de Porto Velho estão sob ameaça

Avanços no saneamento básico de Porto Velho estão sob ameaça

 Investimentos e melhorias obtidos com a PPP dos resíduos sólidos podem ser comprometidos por decisões unilaterais da prefeitura


Porto Velho, historicamente marcada por deficiências em infraestrutura sanitária, foi classificada como a cidade com o pior saneamento básico do Brasil, segundo o Ranking do Saneamento 2024, divulgado pelo Instituto Trata Brasil.

Em 2024, a implementação da Parceria Público-Privada (PPP) dos resíduos sólidos urbanos trouxe mudanças significativas, inclusive na área da saúde.  

Com investimentos superiores a R$ 50 milhões nestes primeiros meses da PPP, houve a ampliação da cobertura de coleta, incluindo áreas de difícil acesso logístico, promovendo a universalização do serviço.

Além da expansão da coleta, foram estabelecidos canais diretos com a população para a remoção de resíduos descartados irregularmente, contribuindo para a melhoria da limpeza urbana e redução de focos de doenças.

A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que deposita ovos em recipientes com água parada frequentemente acumulada em lixo e detritos, apresentou uma redução significativa em Porto Velho. 

Entre 2023 e 2024 o número de casos na cidade foram reduzidos em 82%  na comparação interanual, conforme dados do Sistema Único de Saúde DATASUS de Porto Velho. 

Além de mosquitos e roedores, a presença contínua de resíduos orgânicos e materiais inservíveis atrai baratas, moscas e outros insetos capazes de veicular doenças gastrointestinais, como diarreias, cólera em surtos sazonais e gastroenterites.  

Estudos de saúde pública indicam que a coleta frequente e o confinamento adequado dos resíduos rompem o ciclo de vida desses vetores, reduzindo surtos de doenças entéricas e melhorando a qualidade de vida, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade.

No entanto, esses avanços estão ameaçados. A Prefeitura de Porto Velho, sob a gestão do prefeito Léo Moraes, anulou unilateralmente o contrato da PPP, desconsiderando a decisão da Câmara Municipal que havia rejeitado o projeto de lei que buscava encerrar a parceria.

Hugo Nery, diretor-presidente da Marquise Ambiental, empresa responsável pela operação da PPP, destaca:

“A PPP atende à determinação da Lei do Saneamento, que inclui os resíduos sólidos no escopo do saneamento básico. Porto Velho poderá perder essas conquistas em saúde e infraestrutura urbana com a adoção de um modelo de coleta que não cresce junto com a cidade. Porto Velho dorme e acorda com novas áreas para coletarmos e garantirmos a remoção dos resíduos. O contrato emergencial que a prefeitura quer propor não respeita o ritmo de crescimento da cidade e suas demandas por coleta de resíduos e o atendimento das demandas dos moradores.”

da  redação

Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem
Aos leitores, ler com atenção! Este site acompanha casos Policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda - se ao leitor critério ao analisar as reportagens.