O relatório reforça a importância de políticas públicas voltadas para a expansão de áreas verdes nas escolas e em seus arredores.
Um levantamento inédito do Instituto Alana revelou que 32% das escolas de Porto Velho, capital de Rondônia, não possuem áreas verdes em seus terrenos. A ausência de espaços naturais também não é compensada por áreas públicas no entorno: 61% das escolas estão localizadas em regiões sem praças ou parques próximos, privando crianças e adolescentes de um contato essencial com a natureza.
O relatório reforça a importância de políticas públicas voltadas para a expansão de áreas verdes nas escolas e em seus arredores.
O documento, realizado com dados do MapBiomas e analisados em parceria com a agência Fiquem Sabendo, abrangeu 20.635 escolas públicas e privadas de educação infantil e fundamental em todo o Brasil. O objetivo foi mapear o acesso das crianças a áreas verdes e identificar como as questões climáticas e ambientais estão relacionadas a desigualdades raciais, territoriais e socioeconômicas.
O relatório revelou que cerca de 90% das escolas situadas em áreas de risco estão dentro ou em um raio de até 500 metros de comunidades urbanas vulneráveis, como favelas. Além disso, 51% dessas escolas atendem, em sua maioria, estudantes que se declaram negros, enquanto apenas 4,7% possuem maioria de alunos brancos.
No âmbito nacional, a pesquisa apontou uma situação preocupante na educação infantil: 43,5% das escolas carecem de áreas verdes. Entre as capitais, 20% das escolas estão localizadas em regiões sem praças ou parques num raio de 500 metros, afetando diretamente mais de 1,5 milhão de estudantes em 4.144 escolas.
Um dado surpreendente do levantamento desmistifica a ideia de que as escolas particulares oferecem melhores condições ambientais: apenas 9% dessas instituições possuem mais de 30% de área verde em seus terrenos, enquanto nas escolas públicas o índice sobe para 31%. Isso demonstra o potencial das instituições públicas para liderar iniciativas que ampliem o contato das crianças com a natureza.
Por Wanglézio Braga - NR