Densa fumaça é vista em Kiev após um míssil atingir a capital ucraniana durante a madrugada, em 4 de julho de 2025. — Foto: Gleb Garanich/ Reuters
Porto Velho, Rondônia - As forças especiais da Ucrânia anunciaram neste sábado, 5 de julho, um ataque contra uma base aérea localizada na cidade de Borisoglebsk, na região de Voronezh, Rússia. Segundo comunicado divulgado pelas autoridades ucranianas nas redes sociais, a ofensiva teve como alvos um depósito de bombas planadoras e uma aeronave de treinamento. A base, de acordo com a nota, abriga caças do tipo Su-34, Su-35S e Su-30SM, usados em operações aéreas russas.
Ainda segundo os ucranianos, outras aeronaves “provavelmente também foram atingidas”, mas detalhes adicionais não foram divulgados. O governo russo não confirmou oficialmente o ataque.
Em resposta à ofensiva, a Rússia lançou um ataque em larga escala contra o território ucraniano, mobilizando 322 drones durante a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, segundo informações da Força Aérea da Ucrânia. Do total, 157 teriam sido abatidos pelas defesas aéreas e 135 foram desviados por interferência eletrônica. A região mais afetada foi Khmelnytskyi, no oeste do país, mas não houve registro de vítimas ou danos materiais, conforme o governador local, Serhii Tyurin.
Na véspera, em 4 de julho, a Rússia já havia executado o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início do conflito em fevereiro de 2022. Drones e mísseis atingiram a capital, Kiev, resultando na morte de duas pessoas e ferimentos em outras 26, segundo o prefeito da cidade, Vitali Klitschko. A ofensiva marca uma nova escalada militar no leste europeu e ocorre em um momento de impasse nas tentativas de mediação para um cessar-fogo.
impasse diplomático e pressão internacional
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que o sistema nacional de alerta antiaéreo foi acionado em todo o país após a divulgação de uma ligação entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump. "Mais uma vez, a Rússia demonstra que não tem intenção de terminar com a guerra e com o terror", afirmou Zelensky, enfatizando que, sem forte pressão internacional, Moscou não abandonará sua “postura destrutiva”.
Zelensky também pediu o fortalecimento do apoio militar à Ucrânia, especialmente após os Estados Unidos anunciarem a suspensão temporária do envio de parte do armamento previsto. A medida, considerada estratégica para a defesa ucraniana, gerou preocupação no governo de Kiev diante do aumento da ofensiva russa.
Em entrevista à imprensa internacional, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sibiga, declarou que "Putin está mostrando claramente sua absoluta falta de consideração pelos Estados Unidos e por qualquer um que peça o fim da guerra".
ataques cruzados e escalada de tensões
O conflito se intensificou nos últimos dias, com bombardeios noturnos frequentes de ambos os lados. Segundo a agência AFP, a Rússia lançou um número recorde de drones e mísseis em junho, o que demonstra o avanço da estratégia de guerra aérea por saturação.
A Ucrânia também tem ampliado seus ataques em território russo com o uso de drones de longo alcance. Em um dos episódios mais recentes, uma mulher morreu após um drone ucraniano atingir um edifício residencial, de acordo com informações do governador interino da região afetada.
Diante da estagnação nas negociações diplomáticas e do aumento das hostilidades, analistas alertam para o risco de prolongamento do conflito, que já entra no seu terceiro ano, com impactos crescentes para a segurança regional e global.
da redação FM